sábado, 13 de fevereiro de 2010

Algarve, eu, tu e a tua prancha, numa tarde de Agosto, cerca de quarenta e dois graus célsius.
Por incrível que pareça a praia estava deserta, fiquei admirada pois àquelas horas não era normal estar assim, pensei: “será que deixaram a praia só para nós?” decerto que não conhecia aquela praia desde sempre…
Foste acompanhado da tua prancha para a água, eu fiquei na areia, a temperatura era elevada mas nunca iria arriscar entrar naquela água gelada, fiquei a olhar-te como se fosse a última vez que o fizesse. De repente como se por magia o meu corpo foi de encontro a ti, agarrei-te como nunca o fiz, queria tocar na tua pele dourada e suave. Deu-me um arrepio e tu sentiste, olhaste-me com os teus olhos verdes esmeralda, que conseguem transmitir tudo aquilo em que pensas, e beijaste-me. Aquele beijo deu-me força para continuar perto de ti naquela água terrivelmente gelada. Levaste-me para terra e beijaste-me horas sem fim, vimos o pôr-do-sol, sem nunca desgrudares a tua pele da minha, naquele momento precisava de senti-la e de ouvir o bater do teu coração, as suas batidas pareciam um melodia e por brincadeira dançámos e rimos ao som dela, como se fossemos a última música que existisse à face da terra, aquela sem dúvida era a nossa música.
Mas foi a última vez que tudo aconteceu! Foi só uma paixão de verão, que ficou guardada na areia da mística praia…
Hoje acordei e decidi que estas serão as últimas palavras que te escrevo! Vou esquecer-te, não vale pena consumires-me mais, estou farta, de ti e das tuas constantes instabilidades, perdi todas as forças ao lutar por um nós que nunca existiu, estou-me a destruir aos poucos, a ténia que existe dentro de mim vai morrer porque me está a consumir a alma.
A fartura causa enjoos e fraqueza nas pernas, quero voltar a ser forte e feliz, dançar como sempre dancei, cantar e libertar a minha alma, tal como acontecia antes de tu teres cruzado a minha via de cintura interna, por isso vou voltar a ser a Marta!

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